04 fevereiro, 2015

A minha imaginação de "vidas" alheias.

A forma como podemos apreciar a vida ás vezes é fascinante.
Hoje a minha viagem de metro para o trabalho foi diferente e não me questionem porque. nem eu sei.
Dei por mim sentada à espera do próximo metro e pensei: Estas são exactamente as mesmas pessoas de segunda a sexta à mesma hora. Todas diferentes, e todas iguais.
O meu metro é na Bellavista em Lisboa, pensei para mim: que música chique hoje.... (Jazz de Copacabana). Apreciei aquela música durante dois minutos de espera do próximo metro.
Nesses dois minutos, vi uma senhora com os seus 30 e tal anos. O estilo dela é exactamente igual todos os dias. A lancheira pendurada no ombro, cabelo curto arranjado e ligeiros saltos altos. Mulher pacata e calma, parece-me.
Do outro lado da linha, duas gêmeas lindas de morrer. 6 anitos talvez, óculos, casaco rosa e botinhas bejes. Franjinha para a frente e direitinha. Cada uma com a mochilinha da escola tambem cor de rosa e cheia de bonequinhas espectaculares.
Quem as trás pela mão, uma rapariga talvez com 20 e tal. Todos os dias a vejo e penso: será a mana das meninas? Ou a mãe? Se for a mãe como terá disponibilidade de as levar à escola todos os dias de metro e como terá tão nova capacidade financeira de as criar? E se for a mana, não estudará? Não trabalhará? (a minha cabeça a pensar).
Deste lado da linha, vejo um pai muito fofinho, baixinho e com cabelos brancos, trazer pela mão a sua pequena. Uma princesa linda. Ele leva a mochila cor de rosa (tambem) dela as costas. Todos os dias.
A minha cabeça novamente: será que vivem com dificuldades? Será que os pais desta princesa não estão desempregados? E por isso o pai vai com ela todos os dias?
Eles têm cara de ser boa gente, espero que a vida lhes sorria muito.
Entretanto o metro chega e eu dei por mim a pensar nisto tudo em apenas dois minutos.
Somos os mesmos, todos os dias à mesma hora. Não nos conhecemos, nunca nos cumprimentamos mas somos pessoas. Somos seres humanos, que diáriamente sozinhos, no nosso canto lutamos para sobreviver.
Sim, hoje não vivemos. Hoje, sobrevivemos.
 

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